Onde está a lógica?

Muitos "historiadores" do século 19-20 criaram suas "obras" sem suspeitar de forma alguma que o desenvolvimento digital e a tecnologia de armazenamento em “nuvem” do século 21 reduziriam sua criação a nada. Para isto, a pessoa que aprofunda-se nestas obras precisa ter um mínimo de capacidade analítica e acesso à rede mundial para que o conhecimento não muito coerente das teorias sobre o desenvolvimento mundial das civilizações através do tempo comecem a desmoronar como um castelo de cartas. Exemplos, como sempre, rasgam-se como um saco com um furador dentro.

Na foto principal, três imagens aparentemente não relacionadas entre si. Vamos tentar ver se há um padrão nestas ilustrações. Antes de familiarizar-se com o texto a seguir, procure fazer isto separadamente. Se nada vier à mente, inicie com a foto à esquerda. Moscou - cidade que ninguém precisa imaginar.

Onde está a lógica? - Mercúrio
Moscou, 1885

Entretanto, leia quantas diferentes fontes oficiais possuem versões sobre a origem do nome desta cidade  -  e idiomas populares aqui simplesmente não serão considerados. Mas vamos pegar o latim, que é considerado uma língua morta no momento, e ver como Moscou é chamada (não olhe para os tradutores eletrônicos de alguns serviços conhecidos pois não são totalmente corretos). Então, obtemos que Moscou em latim é Mosqua e, particularmente, este fato não incomoda a ninguém. É claro que se pode dizer que o nome da cidade, como nome próprio, foi transferido para o latim mais tarde, e é soletrado de acordo com as normas do idioma. Mas é possível que, por uma série de circunstâncias, haja precisamente uma palavra absolutamente semelhante a este termo - mosque (mesquita).

Talvez você não deva buscar a origem do nome nas línguas da Finlândia, Mordovia, Eslava e em outras línguas, e seja melhor prestar atenção ao Latin (nenhuma reivindicação quanto à autoria dessa conclusão, mas concordo inteiramente com ela).  O Latim é uma língua morta, mas em todas as línguas do grupo europeu a mesquita é por algum motivo chamada por um conjunto muito similar de letras: Mosquée (Fr), Mezquita (Espanhol), Mesquita (Português), Mesquita (Eng). Naturalmente temos uma versão da origem da palavra "mesquita" desenhada para as línguas orientais, apesar do fato da Europa estar consideravelmente mais próxima. Nada a fazer a este respeito: a parte européia da Rússia está no cruzamento de dois mundos. E talvez esta palavra também tenha sido substituída através do  tempo, como o foi a palavra cúpula para taça? Como já foi mencionado, com o advento das tecnologias do século XXI, checar tudo duplamente é bastante rápido e fácil. Para isto, basta entrar em qualquer arquivo digital mas, estranhamente, não em russo. E o que vemos lá? Claro, aquilo que nos livros de história nunca será mostrado. Vamos começar com uma foto de uma mesquita não identificada no Cairo (literalmente - Mesquita Karia). O Cairo já teria sido a cidade de Karia?

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Mesquita não identificada, Egito, Cairo, 1892
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Mesquita não identificada, Egito, Cairo, 1892
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Mesquita não identificada, Egito, Cairo, 1892

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Mesquita não identificada, Egito, Cairo, 1892

Obtém-se uma situação muito interessante. Estranhamente, esta mesquita é um templo cristão comum. Além disto, as duas últimas fotos revelam elementos do zoroastrismo. Então, quem viveu no Egito no século 19, antes da invasão turca? Os mamelucos - uma nacionalidade hoje esquecida e não encontrada em nenhum livro de história. E quem são estes mamelucos? A própria terminação "yuk" claramente os identifica como um antigo povo fraterno, e semelhante terminação  no nome ninguém mais tem. Mamelucos viveram no Egito por um longo tempo - quase oito séculos -, mas no século 19, por alguma súbita razão, foram derrotados pela primeira vez por Napoleão e, em seguida, pelos turcos. Aparentemente, sua presença na história não era conveniente para alguém e, por esta razão, nos livros foram denominados como árabes que (estranhamente) alcançaram o Egito através de todo o norte da África até a Espanha e durante muitos séculos mantiveram-se no continente. Mas foram apagados da história.  E o Cairo? Era Cairii, transformou-se em Cairo. A mudança de lugar de duas letras resolveu o problema imediata e permanentemente. Mas vamos voltar às mesquitas e a Moscou.

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Grande Mesquita de Kairouan, Tunis, século 19

Ela lembra algo? Esta é apenas a Tunísia. O curioso é que este local é Kairoan. Não seria ele justamente a mesma Cartago, cujo nome também foi substituído? Tudo converge, até a possessão do sul da Espanha. Ainda que talvez na época a Espanha não existisse, há muitas provas de que o Estreito de Gibraltar é uma formação recente.

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Mesquita de Barber, Kairouan, Тunis, século 19
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Grande mesquita e vista geral de Damas, Damasco, século 19

A mesquita na longamente sofrida Damasco estava surpreendentemente bem preservada naquela época. Novamente, não lembra nada?

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Moscou, Kremlin, panorama atual

A sensação é de que, se Moscou não tomasse conta do Kremlin, ele teria a mesma aparência que a Tunísia. Mas por que tal semelhança na arquitetura? E exemplos, não é preciso dizer,  existem em massa.

Onde está a lógica? - Mercúrio Onde está a lógica? - Mercúrio

Qual a conclusão possível depois de tudo isto? Muito simples. No mínimo, que em Moscou e no norte da África vivia exatamente o mesmo povo ao mesmo tempo.  É difícil dizer se isto era um estado ou não, mas o fato destes grupos étnicos terem uma única cultura e crença (se tal termo é inteiramente apropriado aqui) é incontestável. E este conglomerado de nações chamava-se Tartária.

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Mesquita Ahmed, Istambul, século 19

O interior desta mesquita lembra também algo de Moscou, embora não somente de Moscou. Tais ornamentos podem ser encontrados em qualquer templo antigo onde não houve reformas de vários tipos.

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Interior das instalações do Kremlin de Moscou, 1896
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Interior das instalações do Kremlin de Moscou, 1896

A principal distinção entre as línguas européias e o russo titular é que estas línguas, no período dos séculos 19-20, não foram reformadas em favor de múltiplas conjunturas políticas. Elas sempre chamaram as coisas por seus próprios nomes, como haviam sido chamadas ao longo de centenas de anos. Isto é precisamente o que aconteceu às mesquitas, cujos nomes sempre continham a raíz latina “mosq” (imagino o que deveriam significar em sânscrito). E estes nomes eram mantidos nas línguas européias e guardaram a mesma estrutura e características até hoje, e em qualquer lugar do mundo, o que não é surpresa. Por que a língua russa é diferente? A resposta, outra vez, é surpreendente.

Durante os tempos soviéticos, lembro que nos círculos do Komsomol era feita extensa propaganda contra vários grupos de orientação religiosa subcultural e pessoas comuns, chamadas de sectárias. Os palestrantes chegavam e descreviam em detalhes as características erradas de cada grupo. Lembro que havia  os “buracos”, “leitosos”, “circuncidados” e outros. Todo mundo sabia que as designações eram devidas ao objeto de adoração, neste caso as aberturas, leite e o corte naquilo que naquela época era impossível de falar a respeito. E como os europeus chamavam um representante da subcultura da Rússia, praticantes de rituais nas mesquitas, se estas corretamente chamavam-se mesquitas em todo o mundo europeu ? Isto mesmo, Muscovitas. E graças a este princípio, efetivamente havia o problema da divisão dos povos. E as mesquitas naquele tempo, eram chamadas, de preferência, de moscovitas e o lugar geográfico onde havia uma grande concentração, chamava-se Moscou ou Moscóvia. A designação destas estruturas religiosas desapareceu da língua russa na reforma religiosa seguinte ou depois da invasão de Napoleão e ruína de Moscou. Mesmo nas medalhas comemorativas desta época, com as cúpulas de Moscou, estão representadas terminações muito estranhas.

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As reformas da Igreja na Rússia, de um modo geral, são algo extraordinário. Existe a idéia de que não é reforma e sim, como dizem agora, um “rebranding”. Ou seja, uma total mudança de uma coisa para outra, com a subsequente informação consideravelmente distorcida. No fundo, é bastante simples identificar o território geográfico de Moscou. Não há necessidade de consultar antigos mapas, basta determinar onde terminam as construções similares às mesquitas ou moscovitas. Estranhamente, há muitas delas em diferentes localizações geográficas da Rússia européia.

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Da coleção de obras de S.M. Prokudin-Gorsky na biblioteca do Congresso dos Estados Unidos. Kostroma, final do século 19
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Da coleção de obras de S.M. Prokudin-Gorsky na biblioteca do Congresso dos EUA. Ostashkov, final do século 19
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Da coleção de obras de S.M. Prokudin-Gorsky na biblioteca do Congresso dos EUA. Ostashkov, final do século 19
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Da coleção de obras de S.M. Prokudin-Gorsky na biblioteca do Congresso dos EUA. Rostov Veliky, final do século 19
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Da coleção de obras de S.M. Prokudin-Gorsky na biblioteca do Congresso dos EUA. Торжок, final do século 19
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Da coleção de obras de S.M. Prokudin-Gorsky na biblioteca do Congresso dos EUA. Yaroslavl, final do século 19

E em algum lugar no sudoeste de Voronezh tais estruturas inesperadamente desapareceram, substituídas por espaçosas igrejas com cúpulas geralmente imensas no topo ou edifícios no estilo clássico europeu. A utilização da expressão “muscovitas”, que era de uso comum desapareceu, mas o apelido nas pessoas permanece. Será que  a expressão muscovitas desapareceram do uso como parece?

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Uma mesquita perto da mesquita de Laleli, Istambul,  fim do século 19

Em muitas cidades da Rússia após a descomunização, os nomes das antigas ruas foram recuperados e entre elas aparece o nome Moskatelnaya. Em Samara, se não estou errado, esta é uma das principais antigas ruas da cidade. Mas provavelmente ninguém se interessou profundamente pelo significado do seu nome. Em suma, o sentido desta palavra é muito simples. É uma loja que negocia produtos químicos russos. Estes eram os produtos químicos usados cotidianamente na época.  Mas porque esta loja fica ao lado da mesquita? E os nomes da mesquita e dos produtos químicos "moskatelnoy" nas línguas européias são novamente idênticos. O que pode uni-los, além do nome? Passamos para a segunda imagem do nosso enigma  e voltamos novamente para a mesquita do século XIX.

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A Grande Mesquita, Damasco, final do século 19

Infelizmente a foto é em preto e branco e você não pode apreciar totalmente esta beleza. Como pode ver, há muitos candelabros na mesquita. Mas o mais surpreendente são as velas gigantes. Próximo a uma delas há uma escada e você pode ver o “fantasma” de um homem, resultante da longa exposição da camera. Graças a isto, pode estimar a escala desta vela. O que eles poderiam  inserir nas velas com a escada?

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A Mesquita de Al-Aqsa em Jerusalém no final do século XIX

Nos candelabros da mesquita existem algum vidros para uma substância incompreensível. Qual seria a substância e para o que serviria? Julgando pelo fato de que é um candelabro, é óbvio que é para iluminar. Mas será que é só para iluminação?

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A Mesquita Zayrek, Istambul, no final do século XIX

Aparentemente os vasos estão dispostos não apenas nos candelabros mas também em fios de metal pendurados no teto. Qual a razão para esta complexidade?

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Mehmed Ali Mosque, Cairo, no final do século XIX

Há muitos vasos suspensos e seu tamanho é bem significativo. Como colocar fogo periodicamente e, principalmente, preencher estes objetos com uma incompreensível substância se estão situados tão alto?

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Mehmed Ali Mosque, Cairo, final do século 19
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A Mesquita de Suleiman, em Istambul, no final do século 19
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Mesquita De Bordeny, Istambul, no final do século 19
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A Mesquita El-Jedid, na Argélia,  final do século 19

 

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